EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO DE HISTÓRIA NA PERSPECTIVA DECOLONIAL

a análise combinatória e a relevância histórica do jogo de búzios

Autores

  • Nelson Garcez Lourenço nelgalomat@gmail.com
    Rede Municipal e Estadual do Rio de Janeiro
  • Luiz Philipe Ramos Vianna luizphilipe.historia@gmail.com
    Universidade Estácio - RJ
  • Renata Waleska de Sousa Pimenta renata.waleska@ifsc.edu.br
    Instituto Federal de Santa Catarina
  • Renata Orlandi renata.orlandi@ufsc.br
    Universidade Federal de Santa Catarina
  • Victória Gattass gattassvictoria@gmail.com.br
    Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

10.36732/riep.v6i3.604

Palavras-chave:

decolonialidade, etnomatemática, diversidade cultural, candomblé, interdisciplinaridade

Resumo

O presente artigo apresenta uma proposta de ensino decolonial que articula conceitos no campo da Matemática e História, lançando o jogo de búzios e as tradições culturais do candomblé como referências. O objetivo é promover uma reflexão sobre um modelo de ensino que valorize saberes marginalizados e reconheça a diversidade cultural afro-brasileira. A metodologia empregada é interdisciplinar, entrelaçando conceitos de Etnomatemática e História sob uma perspectiva decolonial, subsidiada pela análise de documentos educacionais, a exemplo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Como ferramenta de ensino-aprendizagem, a problematização do jogo de búzios, por sua vez, foi colocada em movimento em sua potência pedagógica na Educação Matemática. Os resultados indicam que a inclusão do jogo de búzios no processo de ensino-aprendizagem pode colaborar na desmitificação da Matemática, no processo de enaltecimento da diversidade cultural e no fortalecimento da noção de pertencimento identitário dos estudantes afro-brasileiros. Além disso, a proposta contribui para o desenvolvimento de competências atreladas ao pensamento crítico, à autonomia e ao respeito a saberes e fazeres interculturais. Conclui-se que a etnomatemática, dentro de uma abordagem decolonial, pode ser uma alternativa eficaz para romper com o racismo epistêmico no ensino da Matemática e da História, promovendo uma Educação mais inclusiva e significativa, que reconhece e exalta as tradições culturais afro-brasileiras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ARAÚJO, Ulisses Ferreira de. O déficit cognitivo e a realidade brasileira. In: AQUINO, Julio Groppa (org.): Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. 4. ed. São Paulo: Summus Editorial, 1998.

BENISTE, José. Jogo de Búzios. Um Encontro com o Desconhecido. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 10 jan. 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/2003/L10.639.ht

m>. Acesso em: 01 set. 2024.

BRASIL. Conselho Nacional da Educação. Resolução no 1, de 17 de junho de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Diário Oficial da União, Brasília, 22 jun. 2004. Disponível em: . Acesso em: 01 set. 2024.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

GADOTTI, Moacir. Diversidade Cultural e Educação para Todos. Juiz de Fora: Graal, 1992.

GOMES, Nilma Lino; SILVA, Paulo Vinícius Baptista da; BRITO, José Eustáquio de. Ações Afirmativas de romoção da Igualdade Racial na Educação: lutas, conquistas e desafios. Educação & Sociedade, v. 42, p. e258226, 2021.

INSTITUTO CLARO. 7 propostas para um ensino de matemática decolonial. Disponível em: https://www.institutoclaro.org.br/educacao/nossas-novidades/reportagens/7-propostas-para-um-ensino-de-matematica-decolonial/. Acesso em: 23 SET. 2024.

KNIJNIK, Gelsa. O saber acadêmico e o saber popular na luta pela terra. Educação Matemática em Revista, Blumenau, n. 1, p. 5-11, 1993.

MALDONADO-TORRES, Nelson.. Sobre a colonialidade do ser: Contribuições ao desenvolvimento de um conceito. Revista Crítica de Ciências Sociais, (80), 117-150, 2007.

OXALÁ. Pai Paulo de. A real função do jogo de búzios. Rio de Janeiro: Extra, 2021. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/pai-paulo-de-oxala/a-re

al-funcao-do-jogo-de-buzios-24976106.html. Acesso em: 1 set. 2024.

SACRISTÁN, Jimeno Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

TOTINO, Mariana. Rio ganha mapa das casas de umbanda e candomblé. Portal PUC-RIO Digital, Rio de Janeiro, 17 mar. 2014. Disponível em: <http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Jornal/Cidade/Rio-ganha-mapa-das-casas-de-umbanda-ecandomble-24076.html>. Acesso em: 22 set. 2024.

UNESCO. Declaração Universal Sobre A Diversidade Cultural. Londres: UNESCO, 2002.

VIRGOLINO, Elaine da Silva Ramos. Matemática e Africanidade: vamos jogar? Rio de Janeiro: UFRJ, 2024. 123 p. Dissertação (Mestrado em em Tecnologia para o Desenvolvimento Social): Programa de Pós-Graduação Tecnologia para o Desenvolvimento Social (PPGTDS). Rio de Janeiro, 2024.

Downloads

Publicado

2024-12-06

Métricas


Visualizações do artigo: 101     PDF downloads: 51

Como Citar

LOURENÇO, Nelson Garcez; VIANNA, Luiz Philipe Ramos; PIMENTA, Renata Waleska de Sousa; ORLANDI, Renata; GATTASS, Victória. EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO DE HISTÓRIA NA PERSPECTIVA DECOLONIAL: a análise combinatória e a relevância histórica do jogo de búzios. Revista Nova Paideia - Revista Interdisciplinar em Educação e Pesquisa, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 1027–1038, 2024. DOI: 10.36732/riep.v6i3.604. Disponível em: https://ojs.novapaideia.org/index.php/RIEP/article/view/604. Acesso em: 1 abr. 2025.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.