EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO DE HISTÓRIA NA PERSPECTIVA DECOLONIAL
a análise combinatória e a relevância histórica do jogo de búzios
DOI:
10.36732/riep.v6i3.604Palavras-chave:
decolonialidade, etnomatemática, diversidade cultural, candomblé, interdisciplinaridadeResumo
O presente artigo apresenta uma proposta de ensino decolonial que articula conceitos no campo da Matemática e História, lançando o jogo de búzios e as tradições culturais do candomblé como referências. O objetivo é promover uma reflexão sobre um modelo de ensino que valorize saberes marginalizados e reconheça a diversidade cultural afro-brasileira. A metodologia empregada é interdisciplinar, entrelaçando conceitos de Etnomatemática e História sob uma perspectiva decolonial, subsidiada pela análise de documentos educacionais, a exemplo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Como ferramenta de ensino-aprendizagem, a problematização do jogo de búzios, por sua vez, foi colocada em movimento em sua potência pedagógica na Educação Matemática. Os resultados indicam que a inclusão do jogo de búzios no processo de ensino-aprendizagem pode colaborar na desmitificação da Matemática, no processo de enaltecimento da diversidade cultural e no fortalecimento da noção de pertencimento identitário dos estudantes afro-brasileiros. Além disso, a proposta contribui para o desenvolvimento de competências atreladas ao pensamento crítico, à autonomia e ao respeito a saberes e fazeres interculturais. Conclui-se que a etnomatemática, dentro de uma abordagem decolonial, pode ser uma alternativa eficaz para romper com o racismo epistêmico no ensino da Matemática e da História, promovendo uma Educação mais inclusiva e significativa, que reconhece e exalta as tradições culturais afro-brasileiras.Downloads
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